sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Poseidon que me perdoe!


Diz a lenda que as sereias tem o poder de encantar o homem, não dista desta realidade, a mulher bela, exuberante, encantadora, charmosa, perfumada e feminina ao extremo peremptoriamente se faz mestra neste poder.
Sábado a tarde. Linda tarde de sol; embarca no ônibus em frente ao Parque Moinhos de Vento uma loira estonteantemente linda, pele amendoada levemente bronzeada, seus não mais que 25 anos de idade, aproximadamente 175alt, cabelos mechados louro claro/louro escuro, belos como a dona, perfeitos tal qual propaganda de shampoo; seios protuberantes e generosamente fartos e na mesma proporção: desnudos, sob uma blusa branca semi transparente deixando a perceber sua lingerie igualmente alva; um jeans justíssimo oferecia coxas grossas e torneadas visivelmente trabalhadas a exercícios e cuidados essenciais à beleza feminina haja vista as panturrilhas perfeitas desenhadas logo acima as belas canelas; uma sandália salto 10 em um pé perfeito, bem como as mãos belas e delicadamente bem cuidadas sob um esmalte vermelho impecável; o óculos escuro escondia seu olhar, mas seu sorriso de lábios rubros e carnudos iluminou o olhar de cada marmanjo que ali estavam enfastiados até aquele momento com aquela viagem de ônibus.
Poderíamos parar aqui e sermos felizes para sempre, afinal fizemos apologia às sereias, contos de fadas, e temos uma bela... Mas estamos falando de marmanjos e em uma viagem de ônibus... :
“_E aì gostosa!!”
“_Oi amorzinho, tem lugar aqui do meu lado”
“_Nossa que “belezoca”””
“_Oh! Lá em casa! Eu arrancava essa blusinha com os dentes!”
Além daqueles tradicionais e medíocres assovios.
...
Ao levantar-se para descer ouve-se as mesmas piadinhas e os mesmos sons em direção a “moça”.
A “bela” pára à porta, levanta o óculos, encara um dos rapazes, o mais “saidinho” ,e em um tom incrivelmente grave e sério diz:
“_Cala boca palhaço, se eu te pego de quatro, te faço mais mulher que eu!”
A sereia era um tritão...
O nome dele era Waldemar!!!
Ao descer, ela, além de deixar no coletivo seu perfume maravilhoso e nas mulheres um sorriso de vingança, deixou os marmanjos de queixo caído, como Amintas ao enfrentar Ninete em Tieta do Agreste, porém estes ainda tiveram mais sorte que Amintas pois após um murro no queixo ficou estendido ao chão e esta em uma atitude altiva e aparatosa os deixou apenas a indiferença...
As aparências enganam...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

DE CARONA

Ônibus de respeito


Duas amigas estão esperando o ônibus em uma parada na Av. Ipiranga.
Uma é loira, outra morena.As duas são gostosíssimas, peitudíssimas, vestindo roupas curtíssimas.
Ao lado delas está um caipira com uma gaiola cheia de galinhas.
De repente o ônibus chega, o caipira sobe e o motorista vai logo dizendo:
— Sinto muito, mas nesse ônibus nós não permitimos galinhas!
Então a loira olhou pra morena e disse:
— Não tem problema, amiga... A gente espera outro ônibus!

Janelas X Cobrador


Se os objetos inanimados pudessem expor sentimentos e vontades, com certeza as janelas de ônibus teriam por mim uma ira descabida, pois conseguem externar do escárnio ao ódio numa tranquilidade irritante.
Certa feita estava eu trabalhando e fui cuspir pela janela logo atrás do meu assento, pois bem, correria tudo normalmente se esta estivesse aberta; meu intento travou ao dar literalmente com o nariz no vidro e minha substância “caterrogênea” escorrer pela janela  [você agora disse: Que nojo!-mas com certeza riu da minha desgraça]; foi tudo muito rápido, em questão de segundos me recompus da batida, limpei o vidro com a cortina e ainda pude verificar, graças a Deus, que nem um passageiro havia notado.
JANELA 1 X 0 ADRIANO
Já no estacionamento do terminal, ao tentar auxiliar na manobra do ônibus principalmente pelo fato de estar chovendo [atentem a chuva – as janelas sabem o que fazem] quando fui abrir a janela , sem nenhum esforço, esta estilhaçou-se, me dando um banho de cacos e, claro, de chuva...
Puxando viagem em um dia de chuva [viu?!- chuva!]; um passageiro ao subir escorrega e apoia-se na primeira janela que fica exatamente atrás do meu assento e esta “estoura”, como estávamos no meio do caminho e com o coletivo lotado fomos até o terminal normalmente, e eu, me molhando...  
Em dias de instabilidade e que a rotina por si nos tira a atenção, saímos para o intervalo... Chuva!; aham!ela mesmo, a chuva. Quando voltamos pra retomar o trabalho lá estão elas todas, todas mesmo, arregaçadas e com aquela “cara de deboche”, com os assentos todos molhados...
JANELA 4 X 0 ADRIANO
E  os dias frios!
Adivinhem qual janela se abre sozinha e traz o vento gelado bem no rosto do cobrador? Aquela lá do fundo? Não! Aquela bem ali na frente, pois para fechá-la tenho que sair do lugar, pular a roleta porque nunca tem alguém ali para fechar, até porque se tivesse ela não se abriria.
Ao recolhermos o ônibus para a garagem é parte de nossa função fechar todas as janelas e alçapões do carro para guarda-lo após o abastecimento, pois bem, todas fechadas. Será? As malditas se abrem sozinhas durante o percurso de RECOLHE e chegam à garagem com aquela mesma cara de deboche...
JANELA 6 X 0 ADRIANO
Mas decidi escrever esta história e mostrar o caráter destas ordinárias e mal feitoras criaturas quando hoje, frio, ao abrir um pouco a janela, aquela mesma , logo ali atrás de mim, minha inimiga, ela abre-se facilmente, oh!que lindo!tão querida!... porém abriu demais, ao tentar fechar de volta ela tranca, ????, e ao forçar um pouquinho essa assassina quase me arranca o dedo. Que doooooooooooor!!!
Dai obviamente lembrei  de várias outras escoriações obtidas ao tentar fechar as janelas que misteriosamente e tão facilmente abrem-se sozinhas e quando quero fechá-las estas estão tão “duras” que os pedaços de dedos ficam como prêmios para estas... estas... estas... CAMPEÃS!
E o placar só aumenta, até os carros com ar condicionado que não tem janelas muitas vezes nos constrangem quando nos pegamos tentando abrir o que não existe!
JANELA 10 X 0 ADRIANO  

domingo, 26 de junho de 2011

DE CARONA

O cavalheiro

Um sujeito de aproximadamente 50 anos está viajando no ônibus e comenta com a moça sentada ao seu lado:
— Os jovens de hoje estão perdidos! Eles não têm educação! Veja só, ninguém mais cede o assento no ônibus para as damas e idosos! — diz o sujeito indignado.
— Mas o senhor não pode reclamar! — a moça comenta — o rapaz que estava sentado aqui se levantou e deixou o lugar para o senhor!
— Sim! Mas minha esposa está grávida e ninguém levantou para ela sentar!

Mini pai, mini filho

Sábado, 17:40hs; famílias passeando, ..., namorados, escoteiros, ..., beatas pra missa das 18hs, shopping-compras, e, pais (separados) buscando filhos para passar o domingo... Pois bem! Destes últimos trago-lhes em especial o que embarcou no ônibus com seu bebê no colo, bebê de 4meses, mini bebê, muito miúdo mesmo, e acompanhado da mãe. Não. Não a mãe do bebê, a mãe do pai do bebê, uma indignada e jovem senhora.

Como sei??!!.. Segue o diálogo entre mãe e filho. Porém... Sabe aquelas conversas que as pessoas estão “contando” o que sucede à todos mas não esperam que lhes respondam?...Uma espécie de desabafo.

Mãe alterada:
“_Passa de uma vez e cuida a cabecinha dele, olha ai! Tá muito baixa, cuidado, “alevanta”, nem parece pai, olha ai!!”
Filho assustado, amedrontado, irritado e com 13 anos.

“_Tá mãe, eu vi, tô cuidando, não precisa gritar, que saco!”

“_Saco?! Tu não tem vergonha na cara? Arruma filho com uma rapariguinha de 12 anos e me vem com: saco! Agora não pode reclamar, na hora de se engraçar com aquelazinha devia ta bom, e olha onde tu faz eu me enfiar , [a mãe refere-se  ao bairro- este tem fama de perigoso na capital] aquilo é casa?”

Agora vem o “discurso” pra todos ouvirem, como se estivesse se explicando e/ou justificando:

“_Um guri que nem trabalha, como é que tu pode reclamar agora?, eu e o teu pai que vamos ter que ajudar criar essa criança, o que que é aquela casa? Pelo amor de Deus, onde tu foi me fazer um neto, onde já se viu se engraçar por uma colega do colégio e ainda engravidar, agora tu vai sim pega ele sempre que precisar, vou te ensinar mudar e fazer a mamadeira, não pensa que tu vai largar lá e sair, não senhor , vai cuidar e se chorar, tomara que chore bastante dai tu vai ver o que é bom, o que é aquela mãe da guria?, quero só ver como essa criança vai se criar naquele moquifo, tu viu onde tu foi me enfiar,por isso essa criança nasceu prematura [não vi a ligação com o local e o fato da criança ser prematura, imagino ser pelo fato da “rapariguinha” ter 12 anos]  e não adianta me olhar com essa cara de cachorro sarnento, tu tem 13 anos Ricardo, 13, onde já se viu andar fazendo filho assim sem a menor responsabilidade, o que vai ser dessa criança, agora ele tá com quatro meses, quero ver quando começar a crescer, roupas, colégio, tu sabe o que é isso, nem o primeiro grau (ensino médio) tu terminou, olha a cabeça dele ai, tu vai sufocar essa criança, puxa pra cima essa toquinha, levanta, vamos descer na outra, vai, cuidado aí...”

Pelas caras e bocas e resmungos inaudíveis do menino ele já deve ter ouvido esse discurso milhares de vezes.
É.
É o preço da irresponsabilidade e (talvez) da falta de informação.
#REALIDADE

sexta-feira, 24 de junho de 2011

DE CARONA

Aumento de salário

Num ônibus super lotado, uma mulher volta-se para o passageiro inconveniente:
— O senhor quer fazer o favor de desencostar e afastar essa coisa volumosa que está me incomodando?
— Calma, minha senhora. Não é o que esta pensando. Este volume é o dinheiro do pagamento que recebi hoje. Enrolei num pacote e botei no bolso esquerdo da calça.
— Ah! Então o senhor deve ser um funcionário exemplar!
— Por que?
— É que desde o embarque até aqui, o senhor já teve três aumentos salariais...

Novidades no blog...

A partir de hoje, além das histórias verídicas que lhes proporcionam muitos risos, passarei a deixar "drop's" com piadas sobre ônibus e seus passageiros... 
E tomo a liberdade de batizar estes posts de "DE CARONA" ... Afinal o propósito aqui é relatar-lhes a realidade do que acontece no dia dia dentro de um coletivo e aproveitaremos pra dar carona a estes...
Espero que gostem e que continuem com seus comentários: sempre válidos e pertinentes.
Abraço à todos!!!  

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Alta pressão

A esclerose realmente é algo que acentua-se visível e audivelmente no avançar da idade, uma enfermidade sim, porém não posso deixar de contar-lhes o dialogo cômico que sucedeu-se com uma pobre moça obesa  e uma senhora nos primeiros assentos do coletivo:
A senhora está sentada a janela, ou seja, o assento do corredor está  livre. A moça embarca e senta-se ao lado, ou melhor, tenta; no que ela senta ao lado da senhora todos ouvimos gritos e gemeções:
“_Ai, ai, ai, cuidado!, estupida, tu não tá vendo que estou aqui, que sou uma velha,eu tenho pressão alta, ai, ai, ai” (drama visivelmente desnecessário e infundado)
A moça constrangida e sem entender nada desculpa-se .
Mas a senhora continua (aos berros):
“_Eu tenho pressão alta, e tu me esmaga, não tá vendo que tô abalada e debilitada, deste jeito como vou descer , ai, ai, ai, eu tenho osteoporose, meu corpo tá  todo doído,tu tem que ter cuidado, eu tenho pressão alta...”
“_Me desculpe senhora, quer que eu a leve em casa?”
“_Meu coração!, ai meu coração tá acelerado, tenho pressão alta, tô abalada, ai meus ossos...”
[Posso jurar que a moça nem encostou na senhora quando sentou]
“_Que posso fazer senhora? Quer que a leve em casa?”
“_Cala essa boca e sai daqui, isso é crime, tenho pressão alta, maltratar idoso é crime, depressão, ..., meus pés estão inchados, ai, ai, por favor...”
“_Senhora, me desculpe e já chega de drama e de me desrespeitar, eu não apertei a senhora!”
“_Ah não?! Meu braço ainda tá doendo, [juro que a moça não encostou no braço dela], minha pressão, ai, meu sobrinho trabalha no Palácio da Polícia, tu tem sorte que eu tô sem meu celular se não tu ia ver só, ai, ai, ai,eu ia te botar na cadeia, eu tenho pressão alta...”
E desce reclamando, gritando e chingando a moça e proferindo todo tipo de insultos, ..., pra quem estava “abalada” ...
Riso geral e comentários no interior do coletivo.
Duas ou três paradas adiante sobe um bêbado e em quem ele se “encarna”, é ... Pobre moça, não era seu dia... mais risos... e a viagem continua...
Que pressão!!

sábado, 11 de junho de 2011

terça-feira, 7 de junho de 2011

Pecado




Após concluir a pesquisa de imagens pra esta postagem, fui obrigado a fazer o mesmo que você irá fazer ao terminar de lê-la: comer!
Duvido que alguém não sinta desejo de comer aquilo que vê e/ou se esta conversando...
Pois bem, tenho uma passageira diária, (“maledeta”), que não há um dia sequer que não fale em comida, a mesma, acho que completamente dispensável o comentário; é obesa! Nós, eu e o motorista, começamos nossa jornada de trabalho às 15hs,... Vamos chama-la de Lilian, isso, um nome fictício, ou não, não importa, ... Lilian sobe em nosso coletivo todos os dias aproximadamente às 19hs, hora esta que já estamos contando os minutos para o intervalo pra podermos jantar, e, óbvio: fomélicos...
Ela “delicia-se” falando e descrevendo os pratos mais variados e deliciosos, como os faz, como gosta, quando fez, quando vai fazer...
Tornou-se cômico para nós pois ela virou sinônimo de Gula, um dos pecados capitais, que no meu ponto de vista, o menos pecaminoso, desde que, comedido(olha o comer ai de novo!).
Ao passarmos pela carrocinha de cachorro quente ela comenta: “_Que delicia esses “cachorro quente” né?... Eu adoro; bem recheados e cheios de tudo, com o molho bem quentinho...”
Uma colega vende porções de mocotó:
“_Preciso encomendar da Carla dois pratos de mocotó, adoro, eu já comprei mês passado e to querendo mais, se vê-la lhe diga que quero que me traga duas porções, pois é muito bom, uma delicia, não me contento com um só!”
Uma vizinha do prédio (dela) faz feijoada e a vende congelada:
“_Uma maravilha, ela põe de tudo que tu imagina, adoro aquelas linguicinhas fininhas e todas aquelass iguarias suínas, orelha, pezinho, pele, ...hum... muito boa, se vocês quiserem eu posso encomendar pra vocês...”
Passando em frente a uma churrascaria (passamos por três no percurso da linha):
“_Essa churrascaria ai não é muito boa, “eles” ficam regulando, eu gosto da outra que eu fui com meu filho, uma carne bem macia, deliciosa, suculenta e à vontade, o buffet de saladas é uma maravilha, tem de tudo, mas eu adoro mesmo é o salsichão que tem lá, bem assadinho e com uma farofinha dos deuses... Falando em farofinha eu adoro fazer de manhã uma farofinha purinha, manteiga e cebolinha picadinha... me sento com meu café e minha farofinha e me deleito...”
Sobe um passageiro com uma torta:
“_Adooooooro tortas do “Armelin”! Vocês já provaram, eles fazem umas tortas de comer de joelhos, e os doces também são os melhores, amo os quindins que “eles” fazem, mas não dispenso as trufas(NA VERDADE ELA NÃO DISPENSA NADA), também são umas delicias, a de doce de leite é fantástica...”
E já sem assunto...
Macarronada boa fazia minha mãe, tento de todas as formas fazer igual mas não adianta, fica boa, uma jóia, como diz meu marido, mas não é igual da mamãe, ela tinha um tempero especial, e o molho bem vermelhinho e grosso, sabe? Que saudade...”
Se você que acaba de ler não for fazer uma ”boquinha” agora ou é porque não tens tempo e/ou comestes a pouco tempo, passamos por esse “sofrimento” todos os dias, mas Dona Lilian é muito querida, muito gentil e quase sempre, sério, quase sempre nos traz uma lembrancinha, que consiste em??? em??? quem adivinhar ganha uma trufa, ou um bombom, ou um bem-casado, ou um mil-folhas, ou um chocolate, ou um pastel, ou uma coxinha, ou...
A gula é mesmo pecado????





terça-feira, 31 de maio de 2011

A bula e a mula

Amizades e afinidades se revelam em gestos simples, singelos e para muitos irrelevantes...
Conheci  Andréia após achar próximo ao assento que a mesma se encontrava a capa de um livro de Morris West, guardei a mesma pra entregar-lhe assim que a visse novamente, pois eu, um aficionado e doente por livros não podia admitir nem acreditar que ela a havia descartado, pelo menos não daquela forma... E eu tinha razão! Ao vê-la no outro dia entreguei-lhe a capa e discorremos frivolidades numa conversa simpática na qual descobrimos essas afinidades por leitura e músicas, rimos ao nos descobrirmos  tão “loucos” pela leitura que temos em comum o fato de lermos até bula de remédio em sua integra, falamos ainda sobre títulos de livros que ambos gostamos e recomendaríamos e  não foi surpresa ao descobrir que lemos quase todos os mesmos livros, ou seja, compartilhávamos o mesmo estilo, ou seja, com perdão da redundância, TODOS!
Fato engraçado ainda; ela me cobrar que por várias vezes eu a “impedi” de ler no ônibus pois eu mantenho a lâmpada que fica logo acima da roleta apagada quando não há necessidade de uso, porém meu  único intuito é  facilitar a visibilidade do motorista devido ao reflexo que esta faz no para brisa dianteiro. Fato explicado! Fato perdoado!
Andréia conta que certa feita riu muito no coletivo:
[ Quando um senhor  foi passar a roleta com seu cartão de isenção e eu, um tanto quanto desatento, acionei o botão de liberação de pagantes erroneamente, dai solicitei ao senhor que passasse e que deixasse seu cartão comigo para que, assim que entrasse um pagante eu reverteria a situação e não perderia aquele passe, situação essa não admitida, porém como bom brasileiro tudo se conversa... Pelo menos era essa a ideia! Mas o senhor empacou na roleta e fala algo completamente inaudível, e eu normalmente como qualquer ser humano, soltei a famosa interjeição : “_Hã?!”
No que ele responde de semblante sério e nada amigável:
“_Porque que todo surdo é  vesgo?”
Não sabia se ele estava brincando ou não pois  seu rosto não demonstrava a menor simpatia...
Salvo então por um pagante que sobe, devolvo-lhe o cartão,  agradeço e ele diz:
“_Era pra isso que tu queria? E porque não fez antes?”
Tentei explicar, inutilmente, pois ele já estava em direção a porta traseira e nem ai mais pro assunto.]
Passamos por várias situações desta natureza, o mais importante é “arrecadar” esses amigos que a vida nos oferece no nosso dia-dia...

domingo, 1 de maio de 2011

Pelos cotovelos

Não é preciso ser psicólogo e/ou psiquiatra pra saber que a taquilalia deve ser uma doença que se acentua e até pode ter sido adquirida em momento de pânico, brinco muito que sofre de taquilalia, claro que não é verdade, o fato de eu falar pelos cotovelos acho que não chega a tanto para um diagnóstico desta patologia. Mas que é visto que um pânico pode sim causar a uma pessoa um estado destes isso é verdadeiro e passo a contar-lhes o que aconteceu no último domingo quando voltava do centro na última viagem:
Uma moça de aproximadamente 19/20 anos sobe no coletivo, que literalmente vazio, apenas eu o motorista encontrávamos ali num esplin total, quebrado “assustadoramente” pela moça em questão:
“_oi>ainda>bem>vocês>chegaram>ja>tava>ficando>nervosa>não>sei>se>com>a>minha>amiga>ou>porque>vocês>não>vinham>nós>fomos>assaltadas>agora>mas>a>passagem>eu>tenho>porque>ele>devia>ser>inexperiente>porque>ele>só>pediu>me>dá>o>dinheiro>e>o>celular>me>da>o>dinheiro>e>o>celular>eu>dei>o>celular>porque>até>era>velho>mas>eu>gostava>dele>agora>vou>ter>que>tentar>recupear>minha>agenda>todas>minhas>amigas>tavam>ali>eu>e>a>Cláudia>fomos>no>Habib’s>e>nem>tinhamos>muito>dinheiro>porque>eu>não>ando>com>muito>dinheiro>nem>ela>porque>uma>vez>eu>ja>fui>assaltada>e>bem>aqui>nessa>zona>mesmo>e>levaram>todo>meu>dinheiro>daí>agora>eu>só>uso>cartão>e>a>Cláudia>também>não>tinha>nós>até>pensamos>em>pegar>um>táxi>até>a>casa>dela>dai>o>dinheiro>não>dava>e>nós>viemos>vindo>a>pé>e>nós>ainda>estavamos>conversando>de>tarde>que>ela>nunca>tinha>sido>assaltada>porque>aquele>bairro>ali>era>muito>visado>porque>só>mora>ali>quem>tem>dinheiro>e>na>hora>que>nós>saimos>do>Habib’s>eu>vi>aquele>cara>e>ainda>pensei>esse>cara>vai>nos>assaltar>mas>não>falei>nada>pra>não>deixar>a>Cláudia>nervosa>pois>não>é>que>ele>veio>em>cima>da>gente>mas>o>dinheiro>da>passagem>ficou>te>paguei>já>né>daí>apertou>a>gente>ali>no>muro>do>colégio>Uruguai>sabe>ali>onde>fica>o>Uruguai>naquela>ruazinha>perto>do>Habib’s>a>Cláudia>mora>ali>onde>eu>subi>quero>só>ver>agora>quando>eu>chegar>minha>mãe>vai>ficar>louca>ou>melhor>acho>que>eu>nem>vou>falar>pra>ela>liguei>dum>orelhão>pedindo>pra>ela>me>busca>ali>na>(Av.)Ipiranga>sabe>eu>moro>ali>no>JardimBotânico>dai>com>esse(ônibus)>eu>desço>bem>pertinho>eu>também>conheço>um>monte>de>marginal>meu>irmão>mora>ali>no(bairro)RubemBerta>e>eu>entro>e>saio>qualquer>hora>sem>problema>e>vou>falar>com>ele>porque>esse>chinelo>só>atacou>porque>eram>duas>mulheres>ainda>bem>que>não>levou>a>minha>bolsa>se>bem>que>a>primeira>coisa>que>eu>fiz>foi>tirar>esse>álbum>de>fotografias>e>dizer>pra>ele>deixar>por>favor>Deus>me>livre>aqui>ta>as>fotos>de>todos>meus>amigos>e>das>festas>foi>só>o>que>eu>pensei>que>eu>não>podia>perder>abri>a>carteira>e>mostrei>que>não>tinha>mais>dinheiro>mas>ele>disse>ocelular>ocelular>dai>eu>dei>ele>tava>até>meio>quebrado>mas>tinha>um>monte>de>contato>bah>agora>não>sei>como>vai>ser>ainda>bem>que>to>quase>chegando>coitada>da>Cláudia>ficou>apavorada>eu>não>fiquei>muito>porque>to>acostumada>andar>de>noite>dai>a>gente>espera>tudo>mas>meu>irmão>vai>pegar>uns>amigos>dele>e>nós>vamos>achar>ele>quero>ver>a>cara>da>minha>mãe>ela>nem>perguntou>porque>eu>queria>que>ela>me>esperasse>na>Ipiranga>coitada>acho>que>ja>tava>até>deitada>mas>é>que>com>o>que>aconteceu>fiquei>um>pouco>nervosa>e>não>to>afim>de>subir>a>pé>moro>naquela>rua>da>ESEF>sabe>não>é>muito>pertinho>mas>não>é>longe>não>queria>subir>sozinha>eu>vou>falar>com>meu>irmão>e>ele>vai>achar>esse>chinelo>bah!>atacar>duas>mulheres>sozinhas>e>chapado>né>no>mínimo>pra>comprar>pedra>ja>deve>ter>trocado>por>pedra>meu>celular>ah!>o>da>Cláudia>era>destes>tri>bom>recém>ela>tinha>comprado>coitada>vou>ligar>pra>ela>agora>quando>chegar>mas>avisar>que>cheguei>bem>se>bem>que>agora>ja>aconteceu>só>pensei>nas>minhas>fotos>ja>pensou>se>ele>leva>a>bolsa>foi>a>primeira>coisa>que>fiz>foi>pegar>minhas>fotos>mas>ele>só>queria>o>dinheiro>e>o>celular>ainda>bem>que>o>meu>era>velho>já>ainda>bem>que>já>ta>quase>chegando>deixa>eu>vê>é>lá>tá>minha>mãe>coitadinha>tchau>vou>descer>nessa>VOU>DESCER>AQUI>MOTORISTA>ALI>TÁ>MINHA>MÃE>TCHAU”
Isso que ela “não” estava nervosa!
Tudo isso sem interrupção e eu não podia nem responder, o colega me olhava pelo retrovisor e só nos restava achar graça, não do ocorrido, claro, mas daquela situação, era visto que ela estava prestes a explodir em lágrimas como fez ao descer e abraçada na mãe ainda pudemos ouvir o choro antes de seguir com o ônibus.