sexta-feira, 22 de março de 2013

Feliz aniversário Porto Alegre

241 anos... Melhorou, vai melhorar!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Troféu Inconveniência


“Nossa senhora do chuveiro elétrico; Dai-me resistência”

A inconveniência das pessoas é gritante a ponto de constranger não só a quem é dirigida mas a quem está na volta, ou seja, ali, dentro do ônibus querendo apenas o silêncio e a tranqüilidade em seu deslocamento.
Certa noite eu estava trabalhando em pé ao lado da roleta, apenas para uma “esticada” nas pernas, pois o fato de trabalharmos sentados o tempo todo e as viagens normalmente serem longas acabam causando certo desconforto, que uma boa esticada vem resolver...
Pois bem.
Logo após sairmos do terminal com alguns passageiros e passarmos umas três paradas onde também embarcaram mais pessoas,  sobe uma senhora e senta-se no assento dianteiro, identifica-se mostrando-me seu cartão de isenção e “me sai” com essa: (em um tom inconvenientemente alto)
“_PORQUE TU TÁ EM PÉ? HEMORRÓIDA? AH! COITADINHO! EU SEI BEM O QUE É HEMORRÓIDA, MAS TEM UMAS ALMOFADINHA PRA VENDER E TU PODE TRABALHAR TRANQUILO, É UMAS ALMOFADA QUE PARECEM UMA BOIA, TEM UM FURO NO MEIO, UM SOBRINHO MEU TAMBÉM TEM ESSE PROBLEMA, ELE ATÉ OPEROU AGORA POUCO E COMO INCOMODA NÉ? EU SEI PORQUE ISSO COÇA E IRRITA,, EU COMPREI UMA POMADA QUE SE TU QUISER EU TE DOU O NOME, É MUITO BOA PRA HEMORRÓIDA E ACABA COM AQUELA COCEIRA CHATA, TU JÁ FOI NO MÉDICO? UMA TIA MINHA NÃO QUIS IR E O PROBLEMA FICOU FEIO, QUANDO ELA FOI VER JÁ TAVA ENORME E DAÍ DEU SANGRAMENTO, TU TEM QUE VER ISSO LOGO...”
Tudo isso ininterruptamente, sem deixar que eu “me defendesse” e explica-se que não era nada disso. Isso, claro, causou o maior frege e consequentemente risos entre todos que ouviram toda aquela barbárie.
Completamente sem noção!
A amiga de Edenilson Catarino (personagem do Cafézinho e do Sagu- Rádio Pop Rock) materializou-se dentro do ônibus em mais uma viagem recheada de falatórios e rabularias:
Uma senhora embarca com um menino de aproximadamente oito anos de idade, este passa pela roleta e dirige-se, ou melhor, tenta  ir em direção ao fundo do ônibus quando a mãe o agarra rapidamente pelo braço e diz baixinho e amedrontadamente:
“_Fica aqui, e bem quietinho, a Zéza ta lá atrás e não quero que ela nos veja” e sentam-se no assento bem ao meu lado, a mulher visivelmente tenta abaixar-se o máximo que pode para que a Zéza não a enxergue e sempre recomendando ao filho que fizesse silêncio para que não fossem percebidos.
Inutil!!
Literalmente ao berros: “_MARLI! ... MARLI!... MARLI!... TEM LUGAR AQUI MARLI, SENTA AQUI! ... MARLI!!”
Marli se faz de surda e fica “durinha” olhando pra frente. Nada adianta. Lá vem Zéza sentar-se no banco imediatamente ao lado de Marli e seu filho:
“_OI MARLI, TU NÃO VIU EU TE CHAMA, COMO TU TÁ?E O GETÚLIO, COMO TÁ GRANDÃO”
“_Não vi Zéza” mente Marli com as faces rubras e em tom assustado e baixinho.
Zéza continua:
“_MARLI, TO VINDO LÁ DA JUSSARA, ELA ME LEVOU NUMA MULHER QUE JOGA BUZIOS E A MULHER ME FALOU UM MONTE DE COISA QUE É BATATA ,TU TEM QUE VER, DISSE QUE A CLARISSE NÃO VAI BEM NO COLÉGIO DE SEM VERGONHA, QUE A ALINE E O BETINHO VÃO DAR CERTO E PODEM ATÉ CASAR,EU GOSTO DELE,É UM MENINO TÃO BOM, DISSE QUE O JONAS VAI ARRUMA EMPREGO BEM LIGERINHO, SÓ PRECISO LEVAR UNS NEGÓCIOS LÁ PRA ELA, TU TINHA QUE IR LÁ, TU TEM QUE VER O NEGÓCIO DO TEU MARIDO, ELE AINDA ANDA COM AQUELA RAPARIGA, A TAL DE MIRELA, FILHA DA JUDITE? AQUELAZINHA NÃO TEM VERGONHA NA CARA, QUANDO A JUSSARA ME DISSE QUE TU PEGOU ELA SE FRESQUIANDO PRO AIRTON E AINDA TENTOU TE ENFRENTA EU LOGO VI QUE A JUDITE NÃO IA FAZE NADA, NUNCA DEU EDUCAÇÃO PRAQUELAS DUAS, A OUTRA TA INDO PRO MESMO CAMINHO, ME ADMIRA O AIRTON DA BOLA PRA ELA, QUE EXPLICAÇÃO QUE ELE TE DEU?”
Marli está visivelmente constrangida com aquilo tudo, e Zéza não pára:
“_MEU FALECIDO [sorte dele] UMA VEZ TENTO ME APRONTA E EU CAGUEI ELE A PAU, TU TINHA QUE PEGAR O AIRTON E DA UNS TABEFE NA CARA QUE TU IA VER QUE NÃO IA QUERER MAIS SE ENGRAÇA PRA ESSA ZINHA, O CLEITO DISSE QUE ELA JÁ ANDOU ATÉ COM O HILÁRIO, AQUELE VELHO HORROROSO QUE AJUDA NO FRETE DA MADEIREIRA, TU PODE IR LÁ NA MULHER QUE A JUSSARA ME LEVOU E FAZER ALGUMA COISA PRA ELA LARGA O AIRTON DE MÃO, A CASA DA MULHER É COISA MAIS LINDINHA, TU TEM QUE VER, TEM UMA PAZ LÁ DENTRO E ELA TE TRATA TRI BEM, QUANDO TU QUISER EU FALO COM A JUSSARA E NÓS VAMOS LÁ, TU VAI VER QUE AS COISAS MELHORAM, VOU INDO LÁ, VOU DESCER AQUI EM CIMA PORQUE VOU PASSAR NA MÁRCIA PEGA UM DINHEIRO QUE ELA TA DEVENDO PRO CLEITO E TÁ SE FAZENDO FAZ DIAS,SE NÃO ME DER HOJE, VOU VIR AQUI COM O RONALDO E QUERO VER QUE DESCULPA ELA VAI DAR. TCHAU, MAS PENSA, SE TU QUISER IR LÁ ME AVISA.”
Não tem como não rachar com isso e era tanta gente que eu fui anotando pra não me perder, o sotaque não era “catarino” mas pelo falatório, se não é a Zéza do Edenilson, é uma parente muito próxima.
As pessoas sem noção muitas vezes não tem pudores nem consigo mesmo; essa, acredito que devia ter algum distúrbio mental, porque eu acho que ninguém em sã consciência falaria desta forma, embora ela me parecia muito bem da cabeça.
Ela subiu no ônibus e sentou no assento bem do meu lado, estava chovendo (eu não podia abrir a janela), esta criatura fedia terrivelmente,um cheiro insuportável, claro que eu percebi que era ela, mas não quis ser direto e falei pro motorista em tom alto e irônico:
_CRUZES! QUE CHEIRO HORRÍVEL É ESSE? SERÁ QUE ENTUPIU ALGUM BUEIRO? MEU DEUS! TÁ INSUPORTÁVEL!!!
Sem que ninguém esperasse a moça me olha e diz:
“_NÃO É BUEIRO COBRADOR, SOU EU, NEM EU TO ME AGUENTANDO, TO COM CHEIRO DE RABO JÁ FAZ DIAS, MAS EU TAVA COM PREGUIÇA DE TOMAR BANHO, AGORA QUE ME MOLHEI TODA VOU TER QUE TOMAR BANHO, MEU SOVACO TÁ UMA CATINGA TAMBÉM E ESSE CHEIRO ACHO QUE É DA MINHA BUNDA, NÃO QUERO NEM VE QUANDO CHEGA EM CASA!NÃO SE PREOCUPA QUE EU JÁ VOU DESCE ALI NA PARADA DO POSTINHO DA BRIGADA, DESCULPA HEIN...”
O riso foi geral, pois ela falou tudo isso na maior naturalidade.
E a vida continua... O trabalho continua... 

Até onde?


Nem Judith Buttler nos mais profundos de seus estudos poderia  lenir  a situação que presenciei no coletivo em mais uma inusitada viagem:
Em frente ao SESC Campestre na Av. Protásio Alves sobem dois  jovens casais, jovens mesmo, nenhum deveria ter chegado a maior idade haja vista as meninas praticamente desprovidas de seios e os meninos com os rostos ainda imberbes.
Os quatro estão vestidos caracteristicamente como a maioria dos jovens do século XXI, ou seja, no estilo Emo/Restart. Um dos meninos carrega um skate; piercings e cabelos coloridos fazem parte de seus visuais.
No primeiro momento, logo que embarcam e passam a roleta, os meninos sentam-se juntos no assento imediatamente atrás das meninas. O casal da ponta oscula-se ignescentemente, a menina do canto está com o semblante sério e completamente inerte.
Logo em seguida trocam de assento e sentam-se bem na minha frente nos assentos que ficam de frente um para o outro , cada casal com seu respectivo  ao lado.
Todos conversam, sorriem, beijam-se, acariciam-se...
Despedida. Os meninos descem.
As meninas que estavam uma de frente pra outra agora sentam-se juntas.
Até ai, tudo bem!
Uma delas tira uma carteira de cigarros da bolsa, conta os cigarros e diz algo inaldível, a outra pega a carteira e a põe na bolsa.
Até ai, tudo bem!
As meninas dão-se as mãos e sorriem.
Até ai, tudo bem!
Trocam carinhos e visivelmente aquele afeto é recíproco; um rápido beijinho de esquimó...
Até ai, tudo bem!
Até ai!
As meninas beijam-se calorosamente sem o menor pudor e/ou constrangimento; na minha opinião não deveriam ter mesmo: amar é livre!
Embora a situação me tenha posto pasmo, numa fermata de meus devaneios que ao som de meu MP3 coincidentemente tocava Ana Carolina, fenece ali minha ignorância da etognosia.
Essas, digamos, híbridas meninas, vem tirar-me do marasmo que a faina diária me oferece como todos os fatos escabrosos, ou não, que cerceiam meu dia dia.


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Poseidon que me perdoe!


Diz a lenda que as sereias tem o poder de encantar o homem, não dista desta realidade, a mulher bela, exuberante, encantadora, charmosa, perfumada e feminina ao extremo peremptoriamente se faz mestra neste poder.
Sábado a tarde. Linda tarde de sol; embarca no ônibus em frente ao Parque Moinhos de Vento uma loira estonteantemente linda, pele amendoada levemente bronzeada, seus não mais que 25 anos de idade, aproximadamente 175alt, cabelos mechados louro claro/louro escuro, belos como a dona, perfeitos tal qual propaganda de shampoo; seios protuberantes e generosamente fartos e na mesma proporção: desnudos, sob uma blusa branca semi transparente deixando a perceber sua lingerie igualmente alva; um jeans justíssimo oferecia coxas grossas e torneadas visivelmente trabalhadas a exercícios e cuidados essenciais à beleza feminina haja vista as panturrilhas perfeitas desenhadas logo acima as belas canelas; uma sandália salto 10 em um pé perfeito, bem como as mãos belas e delicadamente bem cuidadas sob um esmalte vermelho impecável; o óculos escuro escondia seu olhar, mas seu sorriso de lábios rubros e carnudos iluminou o olhar de cada marmanjo que ali estavam enfastiados até aquele momento com aquela viagem de ônibus.
Poderíamos parar aqui e sermos felizes para sempre, afinal fizemos apologia às sereias, contos de fadas, e temos uma bela... Mas estamos falando de marmanjos e em uma viagem de ônibus... :
“_E aì gostosa!!”
“_Oi amorzinho, tem lugar aqui do meu lado”
“_Nossa que “belezoca”””
“_Oh! Lá em casa! Eu arrancava essa blusinha com os dentes!”
Além daqueles tradicionais e medíocres assovios.
...
Ao levantar-se para descer ouve-se as mesmas piadinhas e os mesmos sons em direção a “moça”.
A “bela” pára à porta, levanta o óculos, encara um dos rapazes, o mais “saidinho” ,e em um tom incrivelmente grave e sério diz:
“_Cala boca palhaço, se eu te pego de quatro, te faço mais mulher que eu!”
A sereia era um tritão...
O nome dele era Waldemar!!!
Ao descer, ela, além de deixar no coletivo seu perfume maravilhoso e nas mulheres um sorriso de vingança, deixou os marmanjos de queixo caído, como Amintas ao enfrentar Ninete em Tieta do Agreste, porém estes ainda tiveram mais sorte que Amintas pois após um murro no queixo ficou estendido ao chão e esta em uma atitude altiva e aparatosa os deixou apenas a indiferença...
As aparências enganam...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

DE CARONA

Ônibus de respeito


Duas amigas estão esperando o ônibus em uma parada na Av. Ipiranga.
Uma é loira, outra morena.As duas são gostosíssimas, peitudíssimas, vestindo roupas curtíssimas.
Ao lado delas está um caipira com uma gaiola cheia de galinhas.
De repente o ônibus chega, o caipira sobe e o motorista vai logo dizendo:
— Sinto muito, mas nesse ônibus nós não permitimos galinhas!
Então a loira olhou pra morena e disse:
— Não tem problema, amiga... A gente espera outro ônibus!