quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A bolsa

A ignescência do desejo sexual muitas vezes estrapola limites...
Nesta história será preciso aliferar a imaginação pois farei uso de "meias palavras" em respeito a puerícia de muitos leitores, mas uma dica: essa é digna de uma obra de Nelson Rodrigues.
Atentem.
Meia noite. Última viagem. Carro "vazio", dois passageiros, logo adiante sobe um casal jovem, não mais que 23/24 anos cada um.
Esplim esbulhado. -graças a minha atenção e observação contínua.
No penúltimo assento o referido casal oscula-se ardentemente.
Impossível não chamar MINHA atenção; os demais passageiros dormem...
Assentos com encosto alto.
Vejo duas cabeças.Ele e ela.
Vejo uma cabeça.Ele.
Vejo duas cabeças.
Osculo.
Vejo uma cabeça.Ele.
Vejo duas cabeças.
Vejo uma cabeça.Ela.
Gemicações.
Sons plangentes porém álacres.
Duas cabeças.
Fim da viagem... A noite promete!


"O fogo original é primordial, a sexualidade levanta a chama vermelha do erotismo e esta por sua vez sustenta outra chama, azul e trêmula: a do amor." Octávio Paz




Ah! A bolsa...
Um tanto quanto irrelevante, mas preciso contar: ao descerem a moça esqueceu a bolsa com documentos, dinheiro, celular e demais pertences em baixo do banco. Soube depois que no outro dia foi a sede da empresa para buscá-la.

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