sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Criança sabe o que diz!!!

Um tanto quanto desagradável são aquelas pessoas que se "passam" na bebida e vem fazer coisas estapafúrdias dentro do ônibus.
Exemplo disto é esse diálogo entre um casal literalmente "mamados" :
"_É bem palhaço mesmo, um véio dessa idade não tem vergonha na cara, tu achou mesmo que aquela sirigaita tava te dando mole? Tu não dá conta nem de mim em casa e ainda fica se assanhando pra essas raparigas..."
"_Fica quieta muié, cala essa boca..."
"_Cala boca uma ova, tu vai me pagar, vamo chega em casa e vou enche essa tua cara de bofete, tu é um sem vergonha de primeira, pilantra, filho da puta, até broxa tu já tá e fica se fresquiando pra uma guriazinhas que tu jura que tavam te dando bola... palhaço...
Silêncio.
"Ordinário, filho d'uma égua, não pode nem com tuas calças e fica virando zóinho pra quelas puta"
E ela manten-se alteranda, gritando e dando tabefes no marido, que calado fazia-se de desentendido...
O pessoal todo do coletivo, claro, caiu na risada, e eles, ou melhor, ela, nem ai!
"_Eu vou quebrar essa tua cara velho ímbecil, tu vai vê!! quero ver tu trazer essas tuas cuecas cagada  pra essas raparigas lavar..."
O melhor dessa história ainda estava por vir...
Durante o percurso sobe uma moça com seu filho de não mais que 4 anos de idade e senta-se no assento em frente ao casal...
"_Ordinário d'uma figa, ainda fica dando sorrisinho, se achando o rei da cocada preta, um broxa que não presta pra mais nada..."
A moça assustada com a situação e temendo o que poderia ainda sair da boca daquela senhora, levanta-se para trocar de lugar. Nisso o menininho fica em pé bem na frente desta senhora desbocada, olha-a bem nos olhos e diz:
"_Tu não tem vergonha na cara, não?"
Gargalhada geral dentro do ônibus... A senhora se calou....


"... Eu fico com a pureza das respostas das crianças...!"

A curiosidade (envergonhou) o "gato"

A grosseria de algumas pessoas é algo aviltante, porém a curiosidade, as vezes também é algo delével ao bom senso.
Certa vez, estava trabalhando e subiu um senhor com seus 70 anos aproximadamente, este tinha nas mãos uma espécie de tabela, ou coisa parecida. Fazia anotações de números e letras aleatóriamente naquele papel feito a mão mesmo.Um leigo não entenderia nada se pegasse esse papel.
Confesso que fiquei curioso pra saber do que se tratava, mas me contive...
Porém...
Uma moça, mais curiosa do que eu, e que estava em pé ao lado desse senhor indagou-lhe sobre suas anotações e o referido papel, dizendo-se curiosa e que não poderia descer do ônibus sem saber do que se tratava, no que recebeu a seguinte resposta do senhor :"_Pois vais continuar sem saber pra aprender a não ser curiosa" . E fechou o semblante da forma mais ranzinza possível...
Sorte a minha que contive minha curiosidade, até hoje lembro desta história, nunca mais vi esse senhor e também nunca soube do que se tratava aquelas anotações estranhas... Será que aquela moça aprendeu? Ou será que nunca ouviu o ditado que diz " a curiosidade matou o gato!!"

Temor

"Eis que a ação é a preocupação essencial"
Jacques Droz.
Claro que não se deve julgar as pessoas pela aparência e/ou atitudes, porém nossa profissão nos prega peças devido a situações pela qual já passamos ou até mesmo outros colegas.
Uma dessas foi no dia que um rapaz de aproximadamente 24 anos subiu no ônibus visivelmente debilitado (bêbedo?, droga?, problemas psicológicos?)Díficil!
_"Consegue uma carona?"
_Infelizmente não é permitido amigo! ... ...
Nesse momento ele me olha nos olhos com indiferença por alguns segundos e pensa, pensa... Além de debilitado ele estava sujo e machucado, parecendo ter envolvido-se em uma briga.
Temor.
Dúvida.
Põe a mão no bolso e retira R$5,00 e passa a roleta.
Estranho...
Ao passar ele pára próximo a mim, não me olha, põe luvas de lã(sem dedos) [Porto Alegre,16:10h,30°C] (?)
Dúvida.
Temor.
Ele senta.... "Dorme".
Temor.
...Viagem longa...
Temor.
Ele levanta... Temor...
Ele desce.
Alívio!!
Segue a viagem...
NADA.
"E pode-se saborear plenamente a idiotice variada da atitude humana durante um pânico, pois, embora seja uma ocasião de grande tragédia, nada se perde a não ser dinheiro."
J.K. Galbraith - 1929